terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

OITO CANECOS D'ÀGUA

Esta é uma História real, do tempo em que se andava a pé, e por tê-la escutado há muito tempo, o nome dos seus personagens não será mencionado, pois não os recordo. Ocorreu que dois amigos viajando há bastante tempo, estando os dois com muita sede, resolvem parar em uma casa para pedir um pouco D’água. Então um dos rapazes tem uma idéia e fala para o amigo:
__ Ei vamos tomar água na casa do fulano – referindo-se a um senhor que morava logo à frente na estrada – como ele tem oito filhas a gente aproveita para beber água e ver as filhas dele.
O companheiro de viajem aceita na mesma hora a proposta e os dois seguem rumo a casa onde pretendiam tomar água, ou melhor, ver as filhas do fulano.
No momento em que o rapaz faz a proposta ao amigo, o pai das moças se encontrava do outro lado da cerca, cuidando de sua roça e sem ser percebido, escuta todo o plano para ver suas filhas. O lavrador abandona o serviço e dirigi-se a sua casa apressando o passo para chegar primeiro do que os rapazes e lhes dar uma lição, para nunca mais irem com enxerimento com suas filhas.
Ao chegar em casa, o agricultor conta o ocorrido à sua esposa e às filhas e chama todas as oito moças para a cozinha, e ele próprio vai para a sala esperar os rapazes que a essa altura já deviam estar se aproximando.
Não tarda o dono da casa a esperar e os dois amigos apontam em sua porta cumprimentando-o.
__Bom dia senhor, será que não podia nos arranjar um pouco d’água pra gente matar a sede. Fala o autor da idéia de ver as moças e também o mais gaiato dos dois.
O dono da casa aparece respondendo ao bom dia vestido só de calças deixando bem à mostra o cabo da peixeira doze polegadas, e responde.
__ Pois não senhores, façam o favor de entrar que eu já arranjo a Água de vocês.
Os dois rapazes entram e o dono da casa pondo inicio à execução de seu plano chama a primeira filha ordenando-a que traga um caneco D’água para o rapaz que espera na sala. Ao chegar a moça, o pai manda que esta entregue a água ao rapaz mais gaiato da história, Este toma o caneco de água e dono da casa pergunta.
__ Quer mais um pouquinho de água meu rapaz.
Ao que este responde.
__ Aceito sim senhor.
Vem então a nova ordem do pai das moças pra a segunda filha.
__Traga mais um caneco D’água que o rapaz ainda tem sede, e fala o nome da filha que prontamente atende ao pedido do pai.
O rapaz toma o segundo caneco de água e a pergunta se repete.
__ Quer mais um pouquinho.
A resposta dessa vês é negativa.
__Não, obrigado, já me dou por satisfeito.
Ao que responde o dono da casa já um pouco irritado:
__Não senhor, o senhor não disse que vinha beber água aqui para ver as minhas filhas, pois o senhor pode ficar sabendo que vai ver todas as oito.
Falando isso já vai puxando a peixeira da cintura, e apontando bem na cara do sujeito fala.
__ Traz aí mais um caneco de água, agora eu mato a sede dele.
E de caneco em caneco de água o rapaz vai enchendo o buxo já em tempo de espocar começa a se maldizer.
__ Meu senhor eu já não agüento mais tanta água, tenha pena de min pelo amor de Deus.
__ Nada disso, você não queria ver as moças, pois vai ver elas todas agora, pode ir trazendo mais água.
E assim foi de caneco em caneco até que todas as oito filhas cada uma tivesse trazido um caneco de água para o rapaz.
Terminado as oito filhas o pai das meninas se vira para o outro rapaz que acompanhava o que bebera e pergunta:
__ Ta com sede também, quer um pouquinho de água?
Este responde:
__ Não senhor, pode deixar, To com sede não, já vamos embora.
E os dois saem um com a barriga cheia D’água e o outro morrendo de sede.